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André Galindo da Costa

O gaúcho Getúlio Dornelles Vargas foi um dos mais populares e polêmicos estadistas do Brasil. Liderou o movimento de 1930, que até hoje divide opiniões se foi uma revolução ou um golpe. O certo é que o governo que se assentou no poder após essa ação política rompeu com as elites rurais da República Oligárquica e estabeleceu marcos para a modernização do Estado, da indústria e da sociedade brasileira.

 

Vargas foi Presidente da República em quatro momentos distintos: Governo Provisório (1930 – 1934), Governo Constitucionalista (1934 – 1937), Estado Novo (1937 – 1945) e Governo Democrático (1951 – 1954). Sofreu várias acusações de seus opositores. Foi diversas vezes taxado como: comunista, fascista, liberal, caudilho ou populista. Popularmente ficaria conhecido como “pais dos pobres”, há quem diga que na verdade foi a “mãe dos ricos”. Foi um astuto conciliador de classes. Entre tantos acontecimentos que marcaram a sua carreira política um muito importante foi o que levou ao seu suicídio.

Em 1954 o Brasil viveu o ápice de uma profunda crise política. O político e jornalista carioca Carlos Lacerda, proprietário do jornal Tribuna da Imprensa, e o partido de oposição União Democrática Nacional (UDN) intensificaram a campanha contra Getúlio Vargas. Vargas foi acusado pelo Atentado da rua Tonelero, ataque que matou o major-aviador Rubens Vaz e que feriu Carlos Lacerda. A Tribuna Imprensa acusou Vargas pelo delito. O atentado desencadeou um conjunto de articulações políticas, cujo desfecho foi o suicídio de Vargas no dia 24 de agosto de 1954.

O Parlamento e a Aeronáutica passaram a expressar abertamente oposição a Vargas. Setores da sociedade que não aceitaram a vitória eleitoral de Getúlio Vargas começaram reivindicar a sua renuncia. Como a pessoa morta no Atentado da rua Tonelero era um militar foi aberta uma investigação conduzida pela própria Aeronáutica. A base aérea do Galeão foi apelidada na época como República do Galeão devido os excessivos poderes que tinha sobre o processo. As investigações apontaram que funcionários e familiares de Vargas estavam diretamente ligados ao atentado. A UDN e a Tribuna Imprensa iniciam uma oposição ainda maior contra Vargas. Acusados são presos e a imagem da família de Vargas passa a ser vinculada a corrupção.

As forças armadas declararam estado de alerta diante do agravamento da crise política e do desgaste da reputação de Getúlio Vargas. Os militares passaram a exigir a renúncia de Vargas. O Presidente foi enfático na ideia de que não renunciaria. Na cultura popular existe a crença de que ele teria dito que só sairia do palácio presidencial morto. Diversos oficiais generais assinaram o que ficou conhecido como Manifesto dos Generais. Esse foi um documento que ordenava a renúncia de Vargas. A insistência de Vargas em não renunciar aumentou a oposição dos militares contra o Presidente.

O desfecho desses eventos foi o suicídio de Vargas em uma noite de São Bartolomeu. Morreu com um tiro no coração, mas após a sua morte a sua popularidade aumentou e diversas manifestações de comoção a Vargas foram realizadas pelas ruas do Brasil. O até então Vice-presidente Café Filho assumiu o governo do Brasil. A família de Vargas negou que um avião oficial cedido pelo governo levasse do Rio de Janeiro para o local do enterro os restos mortais do Ex-presidente. Também não aceitou as homenagens oferecidas pelo governo Café Filho. Seu corpo foi enterrado em São Borja, cidade natal de Vargas. Getúlio Vargas deixou duas catas-testamento. Uma tinha a seguinte frase: “Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.”.



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