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Assessoria de Imprensa

O educador e filósofo brasileiro Paulo Freire completaria 100 anos em 2021. Para celebrar a data, a Escola Superior de Gestão e Contas Públicas (EGC) do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) realizou, no dia 28/05, um webinar com a participação de especialistas em educação que conheceram o acadêmico. O evento abre a programação de homenagens que a instituição de ensino fará a um dos pensadores mais notáveis da história da pedagogia brasileira.

 

Os palestrantes convidados, os professores Maria Khadiga Saleh, Moacir Gadotti e Maria Selma de Moraes Rocha, conviveram com Paulo Freire quando o filósofo foi secretário Municipal da Educação de São Paulo, entre 1989 e 1991. Os especialistas foram apresentados pela coordenadora de cursos da EGC, Samira Saleh.

 

Paulo Freire nasceu em Recife em 1921 e morreu em São Paulo em 1997. Deixou um legado definitivo na educação pública brasileira tendo influenciado o movimento conhecido como Pedagogia Crítica. Foi também responsável pela criação do movimento de alfabetização de jovens e adultos, o MOVA, modelo de programa público de apoio a salas comunitárias de educação que até hoje é adotado por inúmeras prefeituras e outras instâncias de governo. Foi o brasileiro mais homenageado da história, com pelo menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa cedidos por universidades da Europa e América. 
 
 
Pedagoga, psicóloga, especialista em Educação e pós-graduada em Gestão Pública, Maria Khadiga Saleh afirmou que o encontro em ambiente virtual é uma homenagem ao educador, mas também um ato de resistência. “Paulo Freire traz provocações do mundo, não fica restrito aos espaços físicos. Não há adesão à proposta dele se não houver adesão a uma ação político pedagógica. No passado tomamos essa proposta como ação efetiva e a discussão se estendeu por muitos anos pela rede de ensino”, disse ela. A palestrante foi professora e diretora da rede pública, tendo participado da implantação de diversos programas e ações da área da educação como a criação dos Centros Educacionais Unificados (CEUs).
 
Maria Selma de Moraes Rocha, graduada em História e mestra em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP), destacou a importância de se retomar a prática de Paulo Freire como gestor. “A experiência que tivemos há 32 anos me parece próxima e o momento atual atribui ainda mais significado a ela. A premissa da política pública que foi construída com Paulo Freire é a de que a educação é um direito e não um privilégio. Paulo Freire é inseparável de uma gestão competente e entre as diretrizes que apontava como referência para o fazer do educador estavam a democratização do acesso, uma nova qualidade da educação e a gestão democrática. Ele ouvia e atribuía significado ao que ouvia”, contou a professora, que é também doutora em História Social e conferencista na área de Educação.


Segundo Moacir Gadotti, doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra, na Suíça, e chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Educação da gestão Paulo Freire, o educador que completaria 100 anos em 2021 dizia que a escola pública popular não devia ser medida pelos palmos de saber sistematizado e sim avaliada pelos laços de solidariedade criados entre seus trabalhadores, alunos e a comunidade. “Ele queria resgatar a cultura popular para que ela resgatasse a escola. Discutíamos há época a escola como escola-cidadã porque a questão da participação era central. Uma escola de companheirismo, comunidade e democracia”, enfatizou ele. 


Presidente de honra do Instituto Paulo Freire, Gadotti frisou que a questão básica levantada durante a gestão do educador frente à Secretaria Municipal da Educação, entre 1989 e 1991, foi a da gestão democrática como política pública e processo pedagógico. “Foram reestabelecidos os conselhos nas escolas e muitas sementes plantadas ali ainda continuam dando frutos até hoje porque foram semeadas na escola, não ficaram presas às decisões de gabinete.


O professor frisou que a principal característica de Paulo Freire como gestor público foi a capacidade que tinha de trabalhar em equipe, com foco na participação de todos. “A autonomia das escolas foi impulsionada por essa forma de administrar. Paulo Freire criou um orçamento para financiar projetos das escolas e vários desses projetos acabaram virando políticas públicas da própria secretaria, demonstrando a importância que via na descentralização do poder”, explicou. 


Gadotti afirmou que retomar o sonho criado por Paulo Freire é essencial em tempos de resistência. “O ideal de uma escola de cidadania foi uma conquista de todo o trabalho que vinha sendo feito de educação popular e Paulo Freire foi um dos grandes mestres dessa escola. Seus frutos estão por aí, como a política nacional de educação popular em saúde, implementada em 2012, e ainda em vigor”, finalizou.


Ao final do evento os palestrantes responderam questões enviadas por internautas ao fórum do encontro. O webinar foi transmitido pelas redes sociais da EGC e ficará disponível juntamente com toda a programação em homenagem ao ano do centenário de Paulo Freire.

 
Assista à palestra na íntegra:
 

 

 

A coordenadora de cursos da EGC realizou a apresentação dos palestrantes

 

A pedagoga afirmou que o encontro é uma homenagem ao educador e também um ato de resistência

 

A professora destacou a importância de se retomar a prática de Paulo Freire como gestor

 

O palestrante foi chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Educação da gestão Paulo Freire

 

Os palestrantes convidados conviveram com Paulo Freire quando o filósofo foi secretário Municipal da Educação de São Paulo, entre 1989 e 1991

 

 


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