Assessoria de Imprensa, 06/06/2017
Um resgate histórico da Guerra do Paraguai levou o auditório da Escola de Contas do TCMSP a conhecer melhor as origens e a motivação da segunda maior guerra conflagrada em continente americano.
Na última sexta-feira, 02 de junho, o mestre em História Social e assessor do gabinete do conselheiro Edson Simões, Moacir Assunção, ministrou a palestra "A Guerra do Paraguai (1864-1870) e seus Reflexos na História do Brasil".
Djair Galvão, jornalista e assessor do gabinete do conselheiro corregedor João Antonio, entrevistou os palestrantes sobre seus trabalhos
Trata-se do maior conflito externo já vivido pelo Brasil e tema de seu livro Nem heróis, nem vilões: Curepas, caboclos, cambás, macaquitos e outras revelações da sangrenta Guerra do Paraguai, lançado no evento. Na ocasião, mediada pelo jornalista e assessor do gabinete do conselheiro corregedor João Antonio, Djair Galvão, foi exibido ainda o filme La Plata Yvygui – Enterros e Guardados, do cineasta e palestrante Marcelo Sampaio.
O cineasta Marcelo Sampaio exibiu seu filme La Plata Yvygui – Enterros e Guardados, realizado em parceria com Paulo Alvarenga
Na obra, Assunção revela o cotidiano dos soldados das quatro nações envolvidas (Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai), o verdadeiro papel dos Estados Unidos no conflito, os reflexos desse embate, as doenças alastradas durante as batalhas e, entre outros assuntos, a influência da guerra civil uruguaia como causa do confronto militar. Afinal, quem ganhou a guerra? É o que o autor aborda nos capítulos de seu livro.
"Essa obra surgiu de uma inquietação que tenho desde o tempo do colégio. Comecei a pesquisar há muitos anos”, comenta Assunção, que teve seu ponto de partida no livro Genocídio americano: a guerra do Paraguai, de Júlio José Chiavenato. “Na época, anos 70, era livreiro. E esta obra, que tinha outra visão da Guerra do Paraguai, me chamou a atenção. Comunguei daquele ponto de vista durante muito tempo, essa visão do Paraguai como potência, da mão oculta do imperialismo inglês na guerra, do Brasil e da Argentina como agressores”, conta. Por isso, Moacir Assunção resolveu ir ao Paraguai. “Fui várias vezes lá, ao Mato Grosso, refiz a rota da Retirada da Laguna e me envolvi mais nessa história. Em determinado momento descobri uma terceira versão da Guerra, uma visão diferente, mais equilibrada, uma visão recente", afirma.
Segundo Assunção, cerca de 300 mil pessoas morreram na Guerra do Paraguai. Desse número, estima-se que 140 mil eram brasileiros. “Basicamente, é o Brasil que sustenta o esforço de guerra até o final”, garante.
Desses mortos é que nascem as lendas sobre os guardiões dos enterros, contadas no documentário de Paulo Alvarenga e Marcelo Sampaio. A crença, que já ultrapassou a fronteira do Brasil, relata que existem tesouros escondidos em solo paraguaio. O trabalho foi filmado em sete cidades que permeiam Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraguai. Moacir Assunção tem participação especial no filme como um dos historiadores.
Para assistir à palestra, basta acessar o canal da Escola de Contas no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=zBK2saHelyQ
