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*Marisa Moura Verdade

Confiança, honestidade e integridade em tempos de crise


Tempos de crise produzem uma mentalidade de necessidade e insuficiência que promove sentimentos de pesar e impotência. Nesse contexto, sobram dúvidas em relação ao futuro. Nas subjetividades, incertezas constelam o medo e seus fantasmas. Essa experiência é bem conhecida entre nós, tendo em vista o cenário da recessão econômica e da turbulência política. Há anos convivemos com desconfianças, preocupações e pessimismo. Os prejuízos tornaram o ambiente empresarial impiedoso e mais competitivo. A governança corporativa avalia as mudanças necessárias à condução dos negócios, principalmente o fortalecimento dos princípios éticos e morais na atuação das organizações na sociedade. O mundo político está desacreditado - há corrupção e suspeitas demais, faltam figuras representativas dos anseios da população. A busca de solução para tantas questões psicossociais implica união de esforços. E essa união não é possível sem criar condição para a colaboração. Um elemento fundamental da colaboração é a confiança – insumo precioso para recuperar a economia e sentimento essencial para estabelecer vínculos interpessoais.

Confiar significa acreditar plenamente, com firmeza.  Essa confiabilidade requer investimento intelectual e emocional naquilo que acreditamos e desejamos encontrar futuramente. Confiar também depende da criação de laços interpessoais positivos. E como precisamos dessa capacidade de botar fé nos outros e no futuro para levar a vida adiante, encarando obstáculos e superando desafios! Confiança é uma certeza que se desenvolve pouco a pouco, é garantia que precisa ser conquistada com atitudes e atos de honestidade.

O alicerce da honestidade é a honradez, a decência, o decoro, a probidade. A palavra honestidade vem do latim honos, que significa dignidade e honra. Gente honesta fala a verdade e executa um trabalho sem enganar ou trapacear. Há quem considere a honestidade como uma virtude, outros afirmam que ser honesto é um dever; no campo jurídico, além de virtude, honestidade é uma obrigação legal. De qualquer perspectiva, a conduta honesta exige a coragem de ser leal, sincero e aberto ao bem comum, especialmente diante daqueles que justificam comportamentos desonestos. Confiança e honestidade são características da pessoa íntegra.

Sem confiança é impossível a boa convivência com amigos, com a família ou colegas de trabalho. A presença ou ausência desse sentimento interfere na ordem social, afetando o desenvolvimento econômico e a produtividade em geral. O campo de teste da pessoa íntegra é o dia a dia. A integridade pessoal é testada cada vez que precisamos aceitar ou rejeitar condutas que promovem laços sociais baseados nos princípios da confiança e da honestidade. Cada um escolhe se aceita ou não essas influências poderosas decididamente. Sem esta reflexão e opção,  estamos no caminho da frouxidão ética.

 

 

*Marisa Moura Verdade é Mestra em Educação Ambiental, Doutora em Psicologia, especializada em Psico-Oncologia. Autora do livro Ecologia Mental da Morte. A troca simbólica da alma com a morte. (Editora Casa do Psicólogo & FAPESP). E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.


Os artigos aqui publicados não refletem a opinião da Escola de Contas do TCMSP e são de inteira responsabilidade dos seus autores.