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*José Frederico Meier Neto

A Análise de Investimentos consiste na comparação entre alternativas de investimento para escolha da melhor opção.

Existem quatro elementos principais que devem ser analisados num investimento: Rentabilidade, Risco, Prazo e Liquidez.

Rentabilidade: retorno ou rendimento, representa quanto o investidor ganha em relação ao valor investido.

Risco: é a incerteza quanto à rentabilidade do investimento.

Prazo: é o tempo necessário para aguardar pelos rendimentos.

Liquidez: é a facilidade com que se pode converter um investimento em dinheiro pelo valor de mercado.

Esses quatro elementos normalmente guardam relações entre si. Na relação Risco x Rentabilidade, quanto maior o risco, exige-se maior rentabilidade. Na relação Prazo x Rentabilidade, exige-se uma maior rentabilidade quanto maior for o prazo.

O “Elemento Chave” na Análise de Investimento é a Rentabilidade. E dentre os métodos para apurá-la, um dos mais destacados e conhecidos é o Método da Taxa Interna de Retorno (TIR), que detalharei a seguir.

Quando fazemos a análise econômica de um projeto de investimentos, devemos detalhar com muito critério, três elementos básicos: o prazo ou tempo de operação do projeto; o fluxo de caixa de todos os pagamentos a serem realizados ao longo do prazo em questão (saídas de caixa); o fluxo de caixa de todos os recebimentos a serem auferidos ao longo do prazo em questão (entradas de caixa).

Por definição, a Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de juros que equilibra o fluxo de caixa dos recebimentos com o fluxo de caixa dos pagamentos, num projeto de investimentos.

Podemos dizer que a TIR é a taxa de juros que torna o Valor Presente dos Recebimentos igual ao Valor Presente dos Pagamentos, no fluxo de caixa geral do Projeto de Investimentos. A TIR é, portanto, a taxa que remunera o investimento.

Para se calcular a TIR, utiliza-se equações da Matemática Financeira, hoje disponíveis em programas de computador e calculadoras financeiras.

Encontrada a TIR para o projeto em questão, deve-se comparar a mesma com as taxas de remuneração de investimentos praticadas no mercado. Se a TIR for maior ou igual a taxa de mercado, o investimento é rentável e pode ser implementado. Se a TIR for menor que a taxa de mercado, o investimento não é rentável e deve ser descartado.

A Parceria Público-Privada (PPP) é a associação entre o Poder Público (Estado) e a iniciativa privada na implantação e na exploração de uma determinada atividade ou serviço de alta relevância para a população. A iniciativa privada tem a função de implantar ou construir a infraestrutura necessária da atividade e caberá à mesma, como contrapartida, a exploração da atividade como negócio, visando lucro.

No caso de uma Parceria Público-Privada (PPP), os investimentos são altos e os prazos muito dilatados. A análise das taxas internas de retorno dos investimentos feitas nas propostas das empresas participantes do edital de licitação é decisiva para a escolha do vencedor. A proposta que apresentar uma boa qualidade técnica de implantação da infraestrutura e uma menor TIR (desde que rentável), deve ser a escolhida. Lembrando que, neste caso, uma TIR menor para o investidor significa custos menores para o poder público e para a população.

A Parceria Público-Privada, torna-se hoje, com a capacidade de investimento do Estado cada vez mais comprometida, uma alternativa eficiente e eficaz para o atendimento das necessidades da população.


 
José Frederico Meier Neto, engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da USP, com Pós Graduação em Administração Industrial e Finanças Empresariais.

É Assessor Técnico e Professor de Avaliação Econômica de Projetos Governamentais da Escola de Gestão e Contas Públicas Conselheiro Eurípedes Sales do Tribunal de Contas do Município de São Paulo.
Novembro 2017


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